Sendo assim, quando se diz que uma das razões de o homem se vestir é o pudor, há um leque enorme de questões culturais e temporais relacionados com a mostra do corpo.
domingo, 30 de março de 2014
Pudor - "Até as coisas que «servem para» de certo modo dizem sempre algo"
Quem tem familiaridade com História do Traje sabe que o pudor sempre foi um aspeto presente na moda. Só no último século é que a mulher deixou de ver os tornozelos como uma parte do corpo a esconder. Na cabeça do homem comum de hoje em dia o pudor vivido em certas épocas da História é até algo bizarro. Quem olha agora para a representação do traje da mulher minóica não entende a sua perceção de pudor.
A verdade é que aceitamos de forma perfeitamente natural que uma mulher use uma saia acima do joelho em qualquer situação, mas um decote deve ser sempre bem refletido. Claro que a aceitação de certos pormenores como a quantidade de peito que se mostra, a profundidade de um decote nas costas ou a revelação do umbigo sofre mudanças mais constantes do que visões mais gerais. No entanto, assim como um vestido da época barroca seria tomado como demasiado revelador, uma mulher dessa altura teria certamente dificuldades em aceitar a quantidade de umbigos visíveis hoje em dia.
Sendo assim, quando se diz que uma das razões de o homem se vestir é o pudor, há um leque enorme de questões culturais e temporais relacionados com a mostra do corpo.
Sendo assim, quando se diz que uma das razões de o homem se vestir é o pudor, há um leque enorme de questões culturais e temporais relacionados com a mostra do corpo.
sábado, 29 de março de 2014
Introdução - "É muito menos natural e muito mais cultural do que se pode normalmente pensar"
A forma de comunicação mais básica e comummente utilizada é a língua falada, provavelmente por ter códigos bem definidos, recebendo reformas constantes para se adaptar ao utilizador do momento. É graças a essas reformas que é possível manter uma língua viva e natural de utilizar.
A linguagem dos sinais, do aspeto e de tudo o que seja visual é também uma forma de comunicação. Um fruto, estando verde, não precisa de falar para compreendermos que ainda não está comestível. Em O Hábito Fala Pelo Monge, Umberto Eco fala como o ato de usar ou não uma gravata influencia a imagem que transmitimos conforme o ambiente e as pessoas que nos rodeiam alma individualmente.
Mas a formalidade da situação e as crenças das pessoas são apenas duas das abordagens quanto a este tema. A segui-las temos as diferenças culturais conforme o país, a época e até cada
Podemos dizer que o vestir é uma língua viva exatamente porque está em constantes reformas, tão rápidas e passageiras que seria muito difícil criar uma gramática ou um dicionário do vestir. Totalmente impossível seria que essa gramática e esse dicionário fossem universais e intemporais.
Vendo deste ponto, o vestir é uma linguagem com códigos fortes o suficiente para que todos a entendam e consigam criar uma visão pessoal de cada utilizador de roupa; mas não fortes o suficiente para serem considerados códigos no sentido verdadeiro da palavra.
As regras de comunicação do vestir são mais uma questão cultural e temporal, uma vez que o preconceito de cada um tem base nas suas experiências e observações.
A linguagem dos sinais, do aspeto e de tudo o que seja visual é também uma forma de comunicação. Um fruto, estando verde, não precisa de falar para compreendermos que ainda não está comestível. Em O Hábito Fala Pelo Monge, Umberto Eco fala como o ato de usar ou não uma gravata influencia a imagem que transmitimos conforme o ambiente e as pessoas que nos rodeiam alma individualmente.
Mas a formalidade da situação e as crenças das pessoas são apenas duas das abordagens quanto a este tema. A segui-las temos as diferenças culturais conforme o país, a época e até cada
Podemos dizer que o vestir é uma língua viva exatamente porque está em constantes reformas, tão rápidas e passageiras que seria muito difícil criar uma gramática ou um dicionário do vestir. Totalmente impossível seria que essa gramática e esse dicionário fossem universais e intemporais.
Vendo deste ponto, o vestir é uma linguagem com códigos fortes o suficiente para que todos a entendam e consigam criar uma visão pessoal de cada utilizador de roupa; mas não fortes o suficiente para serem considerados códigos no sentido verdadeiro da palavra.
As regras de comunicação do vestir são mais uma questão cultural e temporal, uma vez que o preconceito de cada um tem base nas suas experiências e observações.
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