domingo, 30 de março de 2014

Pudor - "Até as coisas que «servem para» de certo modo dizem sempre algo"

Quem tem familiaridade com História do Traje sabe que o pudor sempre foi um aspeto presente na moda. Só no último século é que a mulher deixou de ver os tornozelos como uma parte do corpo a esconder. Na cabeça do homem comum de hoje em dia o pudor vivido em certas épocas da História é até algo bizarro. Quem olha agora para a representação do traje da mulher minóica não entende a sua perceção de pudor.
A verdade é que aceitamos de forma perfeitamente natural que uma mulher use uma saia acima do joelho em qualquer situação, mas um decote deve ser sempre bem refletido. Claro que a aceitação de certos pormenores como a quantidade de peito que se mostra, a profundidade de um decote nas costas ou a revelação do umbigo sofre mudanças mais constantes do que visões mais gerais. No entanto, assim como um vestido da época barroca seria tomado como demasiado revelador, uma mulher dessa altura teria certamente dificuldades em aceitar a quantidade de umbigos visíveis hoje em dia.
Sendo assim, quando se diz que uma das razões de o homem se vestir é o pudor, há um leque enorme de questões culturais e temporais relacionados com a mostra do corpo.

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